domingo, 8 de setembro de 2013

Caminho Suave

"Os métodos tradicionais de alfabetização trazem embutidos em si todas as características necessárias para se trabalhar o processo de leitura e escrita de acordo com o Processamento de Informações".
Ms.Teresa Helena Schoen Ferreira




Referência em escolas públicas e particulares entre 1948 e 2005, a Cartilha Caminho Suave  chegou a alfabetizar aproximadamente 40 milhões de brasileiros. A educadora brasileira Branca Alves de Lima é a cabeça por trás do livro, um fenômeno editorial. Apesar do sucesso, a Caminho Suave foi retirada do catálogo do Ministério da Educação em 1995, pois foi adotado um novo modelo baseado no construtivismo  (a idéia de que nada, a rigor, está pronto, acabado, e de que, especificamente, o conhecimento não é dado, em nenhuma instância, como algo terminado).
Entretanto, mesmo não sendo mais o método vigente de ensino e alfabetização dos brasileiros, a cartilha continua vendendo cerca de dez mil cópias por ano. Em 2010, por exemplo, a Caminho Suave entrou entre os cinco livros com maiores vendagens da Livraria da Folha no mês de junho, liderando o ranking “Educação e Pedagogia”. 
O sucesso da cartilha de Branca Alves começou quando ela lecionava em cidades do interior de São Paulo, seu método de alfabetização se chama “método analítico”, também conhecido como “método olhar-e-dizer”. Este método defende a leitura como um ato global e audiovisual, trabalhando a partir de unidades completas de imagem para posteriormente dividi-las em partes menores.
A criação do método de Branca Alves teve início enquanto ela observava seus alunos que vinham da zona rural. Ela percebeu as dificuldade de associação das palavras com as imagens que elas representam. Então criou a “alfabetização pela imagem”. Por exemplo, a letra “a” é inserida no corpo de uma abelha, a “b” no corpo de um bebê, a “o” dentro de um ovo e assim com todo o alfabeto.
Branca Alves concedeu uma entrevista para um jornal de grande circulação em São Paulo justamente dois anos após a Caminho Suave ser rejeitada pelo MEC. “Eles (o governo, o MEC e o Guia do Livro Didático, o Conselho Nacional de Educação, as secretarias de Educação etc.) estão projetando, quase decretando, que os alunos não usem mais cartilhas. Mas só ao final de várias décadas é que vai se chegar à conclusão se o construtivismo dá ou não resultados”, disse a educadora sobre o fim da utilização de seus exemplares.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/760771-cartilha-caminho-suave-lidera-mais-vendidos-em-educacao-e-pedagogia.shtm

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